terça-feira, 3 de agosto de 2010

Pequeno Cristal.

A brincadeira estava muito boa,ela desejava nunca parar de brincar...até que ela caiu,caiu e se machucou. Ela tinha ali um corte,um profundo corte. Ele doía muito e parecia nunca parar de sangrar. Até que um menininho veio ajuda-la,ele cuidou de seu machucado com carinho até ele melhorar. Ainda doía as vezes,mas era algo normal. Ela já brincava novamente,dessa vez com uma nova companhia. De vez em quando ela tropeçava e acabava se arranhando no meio da brincadeira,o que sempre foi algo muito fácil de acontecer,mesmo com todo o cuidado que ela tinha. Ela sempre foi muito desastrada e seu novo amigo não entendia isso as vezes...mas ele sempre estava por perto para ajuda-la. Com o tempo o machucado havia se tornado uma cicatriz. Ela achava aquela cicatriz bem feia e procurava esconde-la. Tentava esconder principalmente de seu novo amigo. Ela não conseguia esconder muito bem,por mais que tentasse ela ainda estava ali. Ela já não sentia dor,mas odiava ter aquela cicatriz,odiava ter que olhar para ela,odiava se lembrar do motivo qual a fez cair e odiava mais ainda sentir uma certa pequena dor ao olhar para ela. Ela já não tropeçava mais no meio das brincadeiras e achava tudo aquilo maravilhoso,achava que nunca iria se machucar novamente. Se sentia tão livre....podia correr a vontade ao lado de seu novo amigo. Quando ela ia esbarrar em algo,ele a ajudava,ele a guiava de um modo seguro. Ela confiava nele,tudo que ele fazia parecia ser maravilhoso,ela queria ser como ele,adorava brincar ao lado dele. As vezes ela tentava correr mais que ele. Ele se incomodava com isso. Eles brigavam as vezes,mas logo já estavam rindo juntos. Os esbarrões dos dois era algo normal...até que esses esbarrões se tornaram algo normal e os dois se incomodavam demais com isso. Mas nada parecia abalar a brincadeira daqueles dois. Até que um dia ele a empurrou. Ela ficou sem entender o motivo daquilo,por alguns instantes achou que poderia ser uma nova brincadeira ou que poderia ter sido sem querer. Quando ela viu,ela já estava sangrando,ela havia se machucado novamente. A cicatriz foi aberta. Ela esperou a ajuda do novo amigo,que na verdade já não era tão novo assim...mas ele não ajudou,ele não ergueu uma mão,ele não curou o seu machucado como havia feito antes. Ele só a machucou mais. Ela ficou sem saber como curar aquele machucado,algumas pessoas se aproximaram tentando ajuda-la e ela recusou todas as ajudas. Ela tinha medo de soltarem sua mão quando fossem ajuda-la,tinha medo de cair novamente,tinha medo daquele machucado aumentar,tinha medo da dor que já parecia não ter fim aumentar mais ainda. Ela se levantou aos poucos...com uma certa dificuldade. O machucado ainda dói demais. Mas ela tem certeza que vai saber se virar sozinha,que o tempo vai ser o seu remédio perfeito. Não será outro amigo. Só o tempo. Ela tem certeza de que algum dia aquele machucado vai melhorar e que um dia o seu "velho novo amigo" vai voltar a correr junto com ela. Um dia ela vai voltar a confiar nele. Ela sente falta dele. Sente mais falta ainda de quem ele era. A única coisa que ela precisa fazer agora é cuidar de seu machucado. E ela vai conseguir. Sozinha...ou não.

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Eu,eu e eu.


"Hoje eu acordei
sem nada no estômago, sem nada no coração, sem ter para onde correr, sem colo, sem peito, sem ter onde encostar, sem ter quem culpar. Hoje eu acordei sem ter quem amar, mas aí eu olhei no espelho e vi, pela primeira vez na vida, a única pessoa que pode realmente me fazer feliz".

(Tati Bernardi)

terça-feira, 4 de maio de 2010

Sinais de fogo.


É engraçado o quanto as pessoas gostam de aparecer. Parece que tudo que nós fazemos é em é no intuito de alguém ver,de sermos vistos,elogiados,de sermos o assunto de algo. Eu sou leonina (pois é,eu acredito em horóscopo) e uma das mais fortes características do leonino é gostar de aparecer,porém eu me acho o inverso disso em diversos momentos,sou extremamente tímida,tenho vergonha da minha sombra. Minha mãe vive me chamando de bicho-do-mato,mas eu sei que sou,odeio ter que cumprimentar as pessoas,não que eu seja anti-social,mas eu morro de vergonha! E eu costumo ver pelo jeito que as pessoas cumprimentam,a sua personalidade,99% das vezes em que faço isso,eu me engano. Sempre acho uma coisa e é outra completamente diferente. Imagino que se todas as pessoas fizerem isso comigo irão me achar uma anti-social,eu sempre me escondo atrás de alguém para não ser a primeira,e quando são muitas pessoas eu fico perdidinha,sempre fico sem saber o que falar,não sei se demonstro felicidade demais,indiferença ou se só uso a educação que tive e cumprimento igual uma pessoa normal,sem ter paranóias.
Dizem que a primeira impressão é a que fica,nós sempre tentamos parecer legais á primeira impressão,sempre tentando mostrar algo a mais do que realmente somos. Muitas pessoas possuem um dom para nós se apaixonarmos a primeira vista por elas,mas confesso que todas as pessoas que hoje eu sou apaixonada,á primeira vista eu não gostei nem um pouquinho. Um exemplo é o meu namorado,á primeira vista eu não fui com a cara dele,acho que ele deve ter o mesmo problema que eu,pois ele não me cumprimentou direito...muito menos eu o cumprimentei direito. E hoje em dia ele é uma das pessoas que eu mais sou apaixonada,não digo apaixonada no sentido de “Oh,meu amor” na verdade também é nesse sentido...mas também é em outro,no sentido de encantamento,sou encantada por ele e por outras pessoas com problemas de “cumprimentação”. Mas voltando ao assunto inicial...vivemos em constante julgamento,em constante apresentação aos outros,acho que ninguém quer ser visto com características inferiores,sempre queremos ser os melhores,sempre querendo aparecer para os outros. Um exemplo,eu gosto de me arrumar para ficar parecendo pelo menos alguém,ou só para dizer que me esforcei e tentei ficar pelo menos em um padrão de beleza,me arrumo para mim,mas sei que também é para os outros,não quero ninguém cutucando ninguém na rua e cochichando “Olha que menina desarrumada,credo” como eu confesso que já fiz. Quero parecer ser assim,arrumadinha...e não como quem fica de pijama (do jeito que estou agora) o dia inteiro com o cabelo bagunçado (do jeito que está agora) com a cara limpa,com suas lindas acnes a mostra (como estou agora).
Uma vez eu decidi fazer teatro,só para ver se perdia a vergonha,afinal,no teatro você é o centro das atenções,você em um palco,dialogando,com pessoas olhando só para você (ou não...) você sem dúvida está aparecendo,ou como algumas pessoas dizem nessas situações “causando”. Achei que fosse odiar o teatro,por ser muito envergonhada,mas eu amei,eu perdi grande parte da minha vergonha,eu sempre fui extrovertida,mas somente com pessoas que eu conhecia,depois do teatro eu fiquei um pouco cara-de-pau,mas mesmo assim não perdi o meu problema com cumprimentar as pessoas e nem a minha vergonha em outros momentos. Acho que essas pessoas que gostam de aparecer deviam canalizar esse seu “dom” para algo,como: teatro,vendedor de praia,professor,juiz,escola de samba,coisas de tipo...mas se nada restar,acho que a boa e velha melancia no pescoço irá cair bem. Será um bom modo de chamar atenção,sem contar de que é algo muito clássico. Odeio quem paga de louco para aparecer,quem paga de valente,de bêbado,de radical entre outras coisas. Acho que esses exemplos que eu dei são os mais comuns. Aquela menina que deve ter uns 13 anos na cara,tirando foto com bebida na mão para colocar no Orkut,moleques,mo-le-ques com cigarro na mão para mostrarem que são “grandinhos” sendo que dentro de casa são todos “muito novos para isso”. Acho isso ridículo. Só pelo fato de eu não beber e odiar bebida e cigarro não significa que eu seja infantil ou “menos adultona” do que esses super adolescentes radicais que bebem e fumam e isso não os faz de mais adulto,isso faz com que sejam o oposto disso,sendo imaturos,fumando porque “todo mundo fuma”,bebendo porque “todo mundo bebe”,então ta,agora todos se joguem da janela pois “todo mundo se joga” grande personalidade essa. Uma vez escutei um amigo meu dizendo que só iria ficar com outra menina porque todo mundo já ficou e ele não queria ficar de fora dessa. Uau. É incrível o quanto queremos aparecer para os nossos amigos e muitas vezes acabamos fazendo coisas sem pensar,menosprezando,humilhando,coisas desnecessárias e sem fundamento nenhum. Para que isso? Querer se sair bem tendo que passar por cima de outras. Essa é uma das horríveis formas de querer aparecer,sei que há outras formas,digamos “saudáveis” de querer aparecer,formas nas quais não vamos magoar ninguém,nem perturbar ninguém,só vamos estar sendo o centro das atenções por alguns minutos,ou segundos fazendo algo engraçado,algo inteligente,algo certo (ou não...) ou algo normal,há pessoas que já sabem ser o centro das atenções por conta própria,por não fazerem nada demais. Como minha mãe sempre diz “menos é mais”.
Acho que todos nós gostamos de estar no centro dos holofotes de vez em quando,de termos alguns olhares voltados para nós,basta saber fazer isso. Mas devemos sempre nos lembrar de que o holofote muda de lugar e que no final do espetáculo a cortina sempre se fecha e os aplausos não são obrigatórios.